Autoral X Cover.


Algo polemico (até mais do que mamilos) é aquela história, fazer um som cover ou um som autoral?
Acho que qualquer banda tem vontade de ter a sua música, embora cover venha tendo um espaço um pouco maior no cenário. Peguei a opinião de alguns integrantes de bandas sobre essa novela:



Leandro - Baixista, Prime Revenge.
Há um bom tempo dentro do cenário musical exite uma discussão vem se perpetuando a respeito  do repertório das bandas, de um lado há aqueles que defendem a preferência em um set completo de músicas autorais enquanto aqueles que não vem problema algum em tocar músicas compostas por outros artistas.
            Começaremos uma analise a respeito desse assunto partindo da formação musical daquele que está no palco. Dificilmente um musico inicia o aprendizado de em um determinado instrumento fazendo arranjos originais, e de fato, a influencia obtém um papel extremamente necessário dentro do querer futuro do músico para com o aprendizado de seu instrumento, isso está muito presente dentro de gêneros como o Rock n' Roll, por exemplo.
            Cada um possuí sua banda predileta e almeja chegar o máximo possível próximo de seus ídolos, uma dessas formas é tentar recriar o sentimento encontrado pelo indivíduo ouvinte em determinado música e isso que à torna tão especial, esse tesão pela musica é algo que nunca deve ser perdido mesmo depois que o tal estudante de música estiver mais confiante e mais habilidoso para enfim tentar arranjar e experimentar ideias próprias. E é ai que começa todo o problema.
            Nesse caso temos dois lados de implacável importância na escolha das músicas, em primeiro lugar o sentimento que o músico tem em relação ao que toca, e do outro a plateia que está ali para prestigiar a banda, pois sem  publico não há show, como se é acostumado a escutar por aí há na verdade um grande ensaio.
            A montagem de um bom set-list deve conseguir conciliar essas duas coisas, musicas as quais aquele que está em cima do palco obtenha satisfação em apresentar e ao mesmo tempo satisfaça aqueles que estão ali para lhe ver.


            A apresentação de material próprio é muito importante, mas na medida que ele funcione ao vivo, essa regra vale também aos covers, não adianta muito apresentar toda a técnica e virtuosismo com o maior tesão se for pra fazer um ensaio ao vivo, com isso volta afirmar público é importante, o incrível da musica é ela possuir uma via dupla de satisfações, pois é importante se divertir, mas o mais legal de tudo isso é se divertir e ainda divertir aos outros.



João Vitor Gomes - Vocalista da banda Bup & Roxetin
Sim... Minha banda tem repertório próprio! 
            Bom, pra quem não sabe sou vocalista da banda Bup & Roxetin e acredito que o diferencial da nossa proposta, se trata de tocarmos musicas próprias. Desde o começo da banda esse sempre foi o objetivo, compartilhado pelos demais companheiros.
            Antes de ser musico e começar nessa bagunça, eu sempre fui um pesquisador assíduo dentro do âmbito do Rock, e a coisa que mais me fascinava em todo o decorrer da história desse ritmo tribal, é de que o mesmo, sempre se perfez através da originalidade e da criatividade dos músicos como um todo. E na medida em que me aprofundava em meus estudos (não sei se é possível estudar o rock, mas eu o faço) cada vez mais me despertou a vontade de criar musicas, ouvindo meus ídolos e lendo sobre suas vidas e suas lendas, me percebi aos 13 anos de idade compondo canções. Muitas são as influências, pitadas de Raul, Legião, Led Zeppelin entre outros, mas tendo sempre como essência as minhas perspectivas particulares, consequentemente isso para minha pessoa, tornou-se um vício.
            A partir daí, tudo o que eu vivia, via, tudo que lia e ouvia se tornavam em musicas, e a sensação de você finalizar uma musica encaixando um ritmo com suas ideias são indescritíveis.
            Agora vivo outro momento especial nesse processo, tocar em público com minha banda essas musicas que em sua maioria foram criadas na solidão de um quarto, cheio de livros, discos, vinho e cigarros. E digo somente uma coisa, é gratificante, em um dos shows da Bup, teve algo singular que me emocionou muito, após o termino do show, um rapaz veio ao meu encontro e me disse “cara você fala da minha vida”, nada contra as bandas que efetuam um trabalho calcado exclusivamente em covers, mas só vive essa emoção quem tem audácia de mostrar algo novo, e o Rock para mim é isso, transformação, um ciclo infinito de mudanças.
            Não sei até onde vamos chegar com meus amigos, Mr. Jhone, Dom Alemão, Dom Gustavo e Dom Fábio, mas seja lá onde for, vai ser do nosso jeito, do jeito Bup & Roxetin. Estamos ainda começando somos uma banda nova, temos muito que aprender e a melhorar, mas eu acredito muito no nosso trabalho e no nosso potencial, mesmo porque quando se é um musico, no meu ver, você primeiramente deve gostar do que faz, tocar algo que lhe agrade, aí sim você pode bater no peito e subir em um palco e falar, esse é o nosso som! Digo que em suma, vale muito a pena o risco e a coragem de subir no palco e tocar algo próprio, só vencem no jogo aqueles que criam suas próprias regras fica a dica!!!



(TEXTO: Dom Joãozito)

Um comentário:

  1. Escrevi dois quilos de text e ele sumiu... tss.
    Bom, resumidamente, a arte sempre se fez pela originalidade. Não há revolução sem criatividade. Mas isso depende dos objetivos dos músicos também. No fim, há espaço para quem faz covers (e quem faz bem feito tem muito espaço), e para quem cria novos sons. Esse tem que lutar mais, ser extremamente competente e definitivamente acima da média. Muito bons os artigos acima, e tendo a concordar com o Joãozito em sua filosofia.

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